A comédia romântica talvez seja o gênero cinematográfico mais suscetível aos clichês. Principalmente, quando o mote da trama remete ao clássico “os opostos se atraem”. Em Simplesmente Martha não é diferente. Neste filme, somos apresentados a Martha Klein (Martina Gedeck), uma chef de cozinha alemã, metódica, precisa e implacável que tem sua rotina modifica com a chegada de uma sobrinha, Lina (Maxine Foerste). A menina, de oito anos, fica sob a guarda dela depois da morte da mãe. Martha não tem o que convencionamos chamar de “vida social”. Tudo em sua vida gira em torno do trabalho. Para complicar ainda mais as coisas, aparece Mario (Sergio Castellito), um cozinheiro italiano que vai trabalhar no restaurante. Como todo latino, Mario é extrovertido, irreverente e apaixonado por tudo que o rodeia. Pronto. É clichê por cima de clichê. Mas, quem disse que clichês são ruins? Eles fazem parte de qualquer narrativa e podem ser utilizados para o bem de uma história. É o que acontece neste filme escrito e dirigido por Sandra Nettelbeck. Como em qualquer cozinha ou história, tudo gira em torno de saber misturar corretamente os ingredientes. Em tempo: existe uma versão americana dessa mesma história. Sem Reservas, dirigida por Scott Hicks e estrelada por Catherine Zeta-Jones, Aaron Eckhart e Abigail Breslin.