A canadense Emma Seligman saiu de Toronto, no Canadá, e foi estudar cinema em Nova York. Lá, em 2018, ela escreveu e dirigiu o curta-metragem Shiva Baby, que foi transformado em longa dois anos depois. Existe um ditado que diz que a melhor maneira de se contar uma história é a partir de uma experiência vivida. Seligman seguiu essa máxima e nos relata um dia bastante peculiar na vida de Danielle (Rachel Sennott), uma jovem judia, bissexual, garota de programa e que não sabe ainda o que fazer da vida. A pressão de seus pais é constante e tudo se complica ainda mais quando ela os acompanha em um funeral e lá encontra a ex-namorada e um de seus clientes. Em Shiva Baby, a cineasta estreante lida com segurança com temas e situações que poderiam, muito facilmente, cair na caricatura ou bem pior, passar do tom. Não é, felizmente, o que acontece aqui. Seligman, em enxutos 77 minutos, mescla humor com drama e suspense e ainda encontra espaço para traçar um perfeito painel social, familiar, religioso e cultural de uma comunidade que mesmo parecendo restrita, é essencialmente universal. Nada mal para um filme de estreia de uma jovem cineasta de apenas 25 anos. Isso faz de Seligman um talento emergente a ser acompanhado com atenção.
SHIVA BABY (EUA/Canadá 2020). Direção: Emma Seligman. Elenco: Rachel Sennott, Danny Deferrari, Fred Melamed, Polly Draper, Molly Gordon, Glynis Bell, Cilda Shaur, Jackie Hoffman e Sondra James. Duração: 77 minutos. Distribuição: MUBI.