Não é de hoje que o cineasta italiano Sergio Leone merecia um documentário à altura de seu talento e importância para a arte cinematográfica. Saindo quase que simultaneamente com Ennio, feito em 2021 por Giuseppe Tornatore sobre o maestro e compositor Ennio Morricone, coube a Francesco Zippel realizar este Sergio Leone: O Italiano Que Inventou a América. Zippel já tinha experiência na área, pois dirigiu os excepcionais Friedkin Uncut, em 2018, e Oscar Micheaux: The Superhero of Black Filmmaking, em 2021. Realizar um documentário sobre mestre Leone é, ao mesmo tempo, simples e complexo. Em pouco mais de 40 anos de carreira foram muitos trabalhos como assistente de direção e apenas sete como diretor. E desses sete, sem exagero algum, seis são obras-primas. E dos seis, quatro revolucionaram o faroeste e um os filmes de gângsteres. Zippel tem acesso a farto material de arquivo fornecido pela Cinemateca di Bologna e pela família Leone, que participou da produção da obra. Captou também preciosos depoimentos dos cineastas Clint Eastwood, Martin Scorsese, Steven Spielberg, Quentin Tarantino, Giuseppe Tornatore, Darren Aronofsky, Hark Tsui e Damien Chazelle, todos influenciados por ele. Bem como dos colaboradores Ennio Morricone, Dario Argento e Giuliano Montaldo, do ator Robert De Niro, da atriz Jennifer Connelly, do produtor Arnon Milchan e do quadrinista Frank Miller. O subtítulo desse filme não poderia, realmente, ser mais apropriado. Mas ouso ir mais longe. Sergio Leone inventou a América e reinventou a sétima arte.
SERGIO LEONE: O ITALIANO QUE INVENTOU A AMÉRICA (Sergio Leone: L’Italiano che Inventò l’America – Itália 2022). Direção: Francesco Zippel. Documentário. Duração: 107 minutos. Distribuição: Bonfilm.