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SEMPRE BELA

Manoel de Oliveira é o maior cineasta português de todos os tempos. Sem exagero. O centenário diretor continua em atividade. Sempre Bela, seu filme de 2006, presta uma bela homenagem ao cineasta espanhol Luís Buñuel e ao roteirista francês Jean-Claude Carrière, que juntos realizaram o filme A Bela da Tarde, em 1967. O tributo já começa pelo título original, Belle Toujours, cuja sonoridade remete de imediato a Belle de Jour. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, é inspirado no livro de Joseph Kessel. Muitos podem achar que se trata de uma continuação do filme de Buñuel. Ledo engano. Oliveira se apropria de duas personagens da trama, Henri Husson (vivido pelo ator Michel Piccoli nos dois filmes) e Séverine Serizy (papel original de Catherine Deneuve, agora vivido por Bulle Ogier). Os dois se reencontram 38 anos depois e a trama gira em torno de um segredo do passado. Oliveira realizou Sempre Bela quando tinha 98 anos de idade e isso não transparece em momento algum do filme. Pelo contrário. Há momentos de tanto vigor e energia que não parecem ter sido dirigidos por um senhor de quase 100 anos. Se possível, (re)veja A Bela da Tarde antes de Sempre Bela. Trata-se de uma boa experiência cinematográfica.
SEMPRE BELA (Belle Toujours – Portugal/França 2006). Direção: Manoel de Oliveira. Elenco: Michel Piccoli, Bulle Ogier, Ricardo Trêpa, Leonor Baldaque, Júlia Buisel e Lawrence Foster. Duração: 68 minutos. Distribuição: Mostra/Cultura.

 

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