A combinação de cinema e culinária rendeu grandes filmes. Trata-se de uma mistura perfeita que nos conquista pelos olhos em conexão direta com nossos estômagos. Algumas dessas histórias associam também outros elementos à receita, como, por exemplo, questões de relacionamento. Este é o caso deste Sabor da Vida, dirigido pela cineasta japonesa Naomi Kawase. Com roteiro de autoria dela própria, adaptado do romance de Durian Sukegawa, gira em torno de uma padaria que vende dorayakis, uma espécie de panqueca recheada de pasta doce de feijão. Sentaro (Masatoshi Nagase) é o dono de lugar e certo dia ele é procurado por Tokue (Kirin Kiki), uma senhora que pede para trabalhar lá. Inicialmente ele não aceita a ajuda de Tokue por conta de sua idade, mas ela prova ter um dom especial para preparar dorayakis que desarma Sentaro. Na sequencia, a pequena padaria se transforma em um grande negócio. Uma das clientes, Wakana (Kyara Uchida), se aproxima mais de Sentaro e Tokue. Três pessoas de gerações diferentes, porém, com um problema comum: a solidão. Sabor da Vida é aquele tipo de filme que chega de mansinho e vai “comendo pelas beiradas”. Ou melhor dizendo, “te pega de jeito”. E, como os bons filmes que tratam de comida, este filme de Kawase abre nosso apetite não apenas para o que é servido em cena, mas, principalmente, para a vida.
SABOR DA VIDA (An – Japão 2015). Direção: Naomi Kawase. Elenco: Kirin Kiki, Masathoshi Nagase, Kyara Uchida, Etsuko Ichihara, Miki Mizuno e Taiga. Duração: 113 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.
