A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Parece aquela outra questão histórica que envolve o ovo e a galinha. Em Romance, dirigido por Guel Arraes com roteiro dele próprio escrito em parceria com Jorge Furtado, vida e arte se misturam e se “imitam” constantemente. Tudo começa quando um casal de atores, Pedro (Wagner Moura) e Ana (Letícia Sabatella), se apaixonam durante a montagem de uma peça de teatro inspirada na tragédia de Trista e Isolda. A partir daí, acompanhamos os altos e baixos do relacionamento dos dois, ao mesmo tempo em que somos apresentados a um outro casal, Fernanda (Andréa Beltrão) e Orlando (Vladimir Brichta). O roteiro brinca também com a velha rivalidade que existe entre atores de teatro e atores de televisão. E há espaço para debater se sucesso popular e integridade artística podem ou não andar juntos. Além de tudo isso, Romance é, essencialmente, uma história de amor e que fala muito sobre o amor. Arraes, que tem uma experiência vastíssima em televisão e que no cinema, até este filme, havia trabalhado com comédias como O Auto da Compadecida, Caramuru – A Invenção do Brasil e Lisbela e o Prisioneiro, encontra aqui um perfeito equilíbrio entre o drama e o humor.