O cineasta britânico Gareth Edwards começou sua carreira no audiovisual em 2003. Inicialmente trabalhando no departamento de efeitos visuais. Dois anos depois passou também a dirigir filmes e séries para televisão. A estreia em longas para cinema veio em 2010, com Monstros. Na sequência ele dirigiu Godzilla e Rogue One. O sucesso desses trabalhos lhe deram o aval para escrever e dirigir uma obra original, algo cada vez mais difícil na produção hollywoodiana de orçamento próximo aos 100 milhões de dólares. Temos então este Resistência, escrito junto com Chris Weitz. Trata-se de um drama de ficção-científica. A ação se passa no ano de 2065, período em que os Estados Unidos travam uma guerra contra a inteligência artificial após a destruição de Los Angeles. Essa guerra em questão é travada contra países asiáticos, que defendem o uso da IA. Nesse contexto, o ex-agente Joshua (John David Washington), se infiltra para localizar e matar uma figura conhecida como “o criador”, daí o título original. Só que nem tudo é o que parece. Convém destacar com louvor o cuidado de Edwards em criar um mundo para abraçar sua história. Nesse quesito, o desenho de produção é impecável. No entanto, infelizmente, a história escorrega em lugares-comuns e não ousa na mesma medida em que caprichou na escolha das locações e nos cenários que foram construídos na Tailândia, além dos figurinos e objetos de cena. É visível também as influências/referências que o diretor faz a outros filmes icônicos como Blade Runner e Apocalypse Now, para citar apenas dois. Resistência, ao final, se revela visualmente bonito e impactante, porém, carece de coragem para lidar mais profundamente com as questões que apresenta.
RESISTÊNCIA (The Creator – EUA 2023). Direção: Gareth Edwards. Elenco: John David Washington, Gemma Chan, Ken Watanabe, Allison Janney, Sturgill Simpson, Marc Menchaca, Ralph Ineson e Madeleine Yuna Voyles. Duração: 133 minutos. Distribuição: Walt Disney Pictures.