Basta um filme para mudar a vida de muita gente. Em todos os sentidos. Vale tanto para quem é espectador como também para seus realizadores. Foi isso o que aconteceu com o diretor Spike Jonze e Charlie Kaufman em 1999, quando do lançamento de Quero Ser John Malkovich. Tanto um como o outro já tinham experiência anterior. Jonze como diretor de vídeo clipes de banda como R.E.M. e Beastie Boys. E Kaufman escrevendo histórias para séries de televisão. Este filme foi o primeiro longa de ambos para o cinema. O roteiro de Kaufman nos apresenta uma premissa, digamos assim, absurda. A trama gira em torno de Craig (John Cusack), um jovem desempregado que aceita um trabalho como arquivista. O que ele gosta mesmo é de manipular suas marionetes. Sua esposa, Lotte (Cameron Diaz), é atendente em uma loja de animais de estimação. Até que um dia, ele descobre uma passagem, que leva quem passar por ela, ao cérebro do ator John Malkovich. Por mais estranha que tudo possa parecer, Jonze conduz sua narrativa de maneira quase surreal, porém, sem perder o senso de realidade. Ou melhor dizendo, fazendo com que tudo funcione dentro daquela realidade apresentada pelo roteiro. Proença louvável para um diretor estreante. O mesmo valendo para o roteiro extremamente original de Kaufman. A partir de Quero Ser John Malkovich, o destino dos dois mudou para sempre. E o nosso também.
QUERO SER JOHN MALKOVICH (Being John Malkovich – EUA 1999). Direção: Spike Jonze. Elenco: John Cusack, Cameron Diaz, Catherine Keener, Ned Bellamy, Mary Kay Place e John Malkovich. Duração: 112 minutos. Distribuição: Universal.