De 1951 até 1968, o cineasta norte-americano Robert Altman trabalhou na TV, onde dirigiu diferentes séries. Dentre elas se destacam alguns clássicos como Bronco, Maverick e principalmente Bonanza. Em 1970, M.A.S.H., seu terceiro longa, fez dele um nome quente em Hollywood. Mas a inquietude e ousadia de Altman o levou para novos caminhos, bem fora de sua zona de conforto naquele momento de sucesso. Primeiro com o sensível drama Voar é Com os Pássaros, e logo depois com este inusitado faroeste Quando os Homens São Homens, de 1971. O roteiro, escrito pelo próprio diretor ao lado de Brian McKay, se baseia no romance de Edmund Naughton e nos conta uma história que se passa bem no começo do século XX. Somos apresentados a John McCabe (Warren Beatty) e Constance Miller (Julie Christie). A dupla firma uma parceria na administração de um prostíbulo em uma região remota e fria do interior dos Estados Unidos. O negócio se revela tão bom que desperta o interesse de forasteiros. Não espere encontrar em Quando os Homens São Homens um filme convencional de “bang bang”. A palavra “convencional” não combina com a filmografia de Altman. Isso já fica evidente na trilha sonora, composta por canções tiradas de três álbuns do músico canadense Leonard Cohen. A fotografia de Vilmos Zsigmond também é fora do comum e transmite o clima pesado e constantemente tenso que o diretor quer ressaltar. Em resumo: um western como só Altman seria capaz de conceber.
QUANDO OS HOMENS SÃO HOMENS (McCabe and Mrs. Miller – EUA 1971). Direção: Robert Altman. Elenco: Warren Beatty, Julie Christie, Rene Auberjonois, William Devane, Shelley Duvall, John Schuck, Bert Remsen e Keith Carradine. Duração: 121 minutos. Distribuição: Warner.