Por Um Punhado de Dólares fez muito dinheiro. Sergio Leone, ao contrário do que todos previam, conseguiu revitalizar o faroeste americano, só que “feito na Itália”. Mesmo com a acusação de plágio e consequente multa que teve que ser paga a Akira Kurosawa, diretor de Yojimbo, o filme faturou uma fortuna nas bilheterias. Naturalmente, o produtor quis uma continuação. Por Uns Dólares a Mais, realizado em 1965, não é bem uma continuação do filme anterior. Apesar de Clint Eastwood está de volta na pele do pistoleiro sem nome, vestindo o mesmo poncho e ainda rápido no gatilho. Ele é um caçador de recompensas que termina se unindo ao Coronel Mortimer (Lee Van Cleef), um outro caçador como ele, para capturar o perigoso Indio (Gian Maria Volonté). O estilo operístico de Leone se faz presente aqui. Muito mais do que no primeiro filme desta trilogia, que ficou conhecida como “a trilogia do dólar”, completada no ano seguinte com Três Homens em Conflito. Eastwood tornou-se um astro internacional e aprendeu bastante sobre cinema com mestre Leone. E olha que o agente de Eastwood o desaconselhou a fazer estes filmes. Disse ele que seria um “bad move” (mau passo) na carreira do ator. Aconteceu exatamente o contrário. Tanto que, quando voltou para os Estados Unidos, Eastwood montou sua produtora e deu a ela o nome de Malpaso, uma brincadeira com o belo conselho de seu antigo agente. Por Uns Dólares a Mais é um filme que subverte e reinventa o tradicional faroeste americano. E isso não é pouco!