Muitos costumam comparar o senhor Hulot, criação máxima de Jacques Tati, com o Carlitos de Charles Chaplin. Existem, é verdade, muitos pontos em comum entre os dois, principalmente no aspecto físico de suas interpretações. Tati dirigiu e interpretou a personagem em quatro longas, Playtime: Tempo de Diversão, 1967, foi o penúltimo. Nesta que foi a mais cara produção do diretor, o senhor Hulot passeia por Paris e, com seu jeito inocente e curioso, provoca algumas confusões entre os turistas que estão na cidade. Outros dois traços marcantes dos filmes de Tati são o seu rigor visual e o desenho de som. Aqui, essas características estão presentes nos muitos cenários criados, na Paris que ele construiu para encenar sua história. O roteiro, escrito por ele junto com Jacques Legrange, mantém o encanto natural de Hulot. Aos olhos de hoje, talvez muito da crítica social que o diretor se propôs a fazer na época, tenha se perdido. No entanto, é curioso observar a profundidade desse olhar que confronta o moderno e as transformações provocadas pelas novidades tecnológicas. Tati, através do senhor Hulot, foi um grande cronista dessas mudanças.
PLAYTIME: TEMPO DE DIVERSÃO (Playtime – França 1967). Direção: Jacques Tati. Elenco: Jacques Tati, Barbara Dennek, Rita Maiden, France Rumilly, Valérie Camille, Erika Dentzler e France Delahalle. Duração: 115 minutos. Distribuição: Obras-Primas do Cinema.
Uma resposta
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