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O TIGRE E O DRAGÃO

Pode um filme de artes marciais ser também um filme de arte? O Tigre e o Dragão, dirigido no ano 2000 pelo taiwanês Ang Lee, chega bem perto disso. O roteiro escrito por Hui-Ling Wang, James Schamus e Kuo Jung Tsai se baseia no livro de Du Lu Wang e conta a história de dois lendários guerreiros: Li Mu Bai (Chow Yun Fat) e Yu Shu Lien (Michelle Yeoh). Eles lutam por honra e justiça, até o dia em que surge a jovem Jen Yu (Zhang Ziyi), uma guerreira rebelde que muda para sempre a vida de todos. O Tigre e o Dragão segue a melhor tradição dos filmes chineses de artes marciais e, ao mesmo tempo, nos apresenta algo maior. Há um subtexto sutil, porém, bastante profundo, que discute questões que normalmente não fazem parte de tramas como esta. Ang Lee expande as fronteiras do gênero, a exemplo do que King Hu fez em 1971 com a A Tocha de Zen e Zhang Yimou viria a fazer em 2002 com Herói. Temos muita ação aqui, um verdadeiro balé de lutas e movimentos que desafiam a gravidade. Mas, temos também um forte conteúdo filosófico e existencial. E isso faz toda a diferença. O Tigre e o Dragão é aquele tipo de filme que mexe com nossos músculos, cérebro e coração. De uma vez só. Vencedor de quatro prêmios Oscar: melhor cenografia, trilha sonora, fotografia e filme estrangeiro.

O TIGRE E O DRAGÃO (Wo Hu Cang Long – China/EUA/Taiwan 2000). Direção: Ang Lee. Elenco: Chow Yun Fat, Michelle Yeoh, Zhang Ziyi, Chang Chen e Pei-Pei Cheng. Duração: 120 minutos. Distribuição: Sony.

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