A cineasta tunisiana Kaouther Ben Hania iniciou sua carreira no audiovisual em 2005 dirigindo um curta-metragem. Ela, que estudou cinema primeiro na Tunísia e depois na França, ganhou projeção em Cannes quando apresentou, em 2017, A Bela e os Cães, seu longa de estreia na ficção. Em 2012, durante uma visita ao Museu do Louvre, em Paris, ela conheceu a história de Tim Steiner e teve a ideia de escrever o roteiro de O Homem Que Vendeu Sua Pele, que veio a dirigir em 2020. Somos apresentados ao sírio Sam Ali (Yahya Mahayni), que foge para o Líbano para escapar da guerra em seu país. Ele almeja ir para a Europa a fim de encontrar Abeer (Dea Liane), seu grande amor. A chance aparece quando ele aceita que suas costas sejam tatuadas por um famoso artista. A partir daí, Sam passa a ser exibido como obra de arte em museus, o que gera situações bastante inusitadas e alguns questionamentos morais. Indicado ao Oscar 2021 na categoria de melhor filme internacional, O Homem Que Vendeu Sua Pele, que é em sua essência uma bela história de amor, propõe um debate ético dos mais pertinentes. E a narrativa de Ben Hania nos conduz com segurança por caminhos insuspeitos e soluções das mais criativas.
O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE (The Man Who Sold His Skin – Tunísia 2020). Direção: Kaouther Ben Hania. Elenco: Yahya Mahayni, Dea Liane, Koen De Bouw, Monica Bellucci, Christian Vadim, Saad Lostan e Darina Al Joundi. Duração: 104 minutos. Distribuição: Pandora Filmes.