Niki Caro nasceu na Nova Zelândia e tornou-se mundialmente conhecida com seu segundo longa, Encantadora de Baleias, que ela escreveu e dirigiu em 2002. O sucesso do filme gerou um convite para Hollywood, onde Caro realizou seu trabalho seguinte, Terra Fria, três anos depois. Mulan, a versão com atores da popular animação da Disney de 1998, é seu sétimo longa. Previsto para estrear nos cinemas no final de março de 2020, por conta do fechamento das salas em decorrência da pandemia do coronavírus o filme teve seu lançamento adiado e acabou restrito ao Disney+, serviço de streaming do estúdio. Com roteiro de Rick Jaffa, Amanda Silver, Lauren Hynek e Elizabeth Martin, inspirado pelo poema A Balada de Mulan, a trama apresenta algumas diferenças em relação ao que foi mostrado no desenho. Hua Mulan (Liu Yifei) é a corajosa filha de um honrado guerreiro que assume o lugar do pai no combate a invasores que planejam assassinar o imperador e tomar o poder na China. Não há canções nem animais falantes. O fator “magia” continua, mas não funciona tão bem quanto poderia. O problema maior é o fato de o filme ter se tornado um produto genérico típico de uma linha de produção industrial. A analogia que costuma fazer nesses casos é comparar com um bolo de caixinha. Pode até ficar bom, mas é diferente daquele que sua avó faz. Após receber duas indicações ao Oscar 2021 nas categorias de figurino e efeitos visuais, Mulan voltou a despertar a curiosidade do público. Mas isso não muda a realidade. Trata-se, infelizmente, de uma obra esquecível.
MULAN (EUA/Canadá/China 2020). Direção: Niki Caro. Elenco: Yifei Liu, Yoson Na, Donnie Yen, Gong Li, Jet Li, Jason Scott Lee, Tzi Ma, Rosalind Chao e Xana Tang. Duração: 115 minutos. Distribuição: Disney+.