O Homem do Braço de Ouro é, antes de tudo, um filme extremamente corajoso. Mesmo para os dias de hoje. Imagine então no ano de 1955, quando ele foi lançado. Otto Preminger, diretor austríaco radicado nos Estados Unidos, gostava de temas polêmicos e dramas fortes. Aqui, o tema principal é a dependência das drogas. O roteiro, escrito por Walter Newman e Lewis Meltzer, baseia-se no romance de Nelson Algren e conta a história de Frank Machine, vivido de maneira soberba pelo cantor e ator Frank Sinatra. Ele quer uma nova chance. Ele quer largar o vício e sonha tornar-se baterista de uma banda de jazz. Além disso, há um outro fator: Frank se sente responsável por sua esposa, Zosch (Eleanor Parker), inválida e amarga. Preminger não enfeita nada. O Homem do Braço de Ouro é cru, seco, direto, quase como um soco no estômago. Não se trata de uma história fácil. Ainda mais, carregada pelos tons bem realistas dos cenários, além da estupenda fotografia em preto-e-branco e da forte trilha sonora, composta por Elmer Bernstein, que potencializa o drama de Frank, cujo único alento responde pelo nome de Molly (Kim Novak).
O HOMEM DO BRAÇO DE OURO (The Man With the Golden Arm – EUA 1955). Direção: Otto Preminger. Elenco: Frank Sinatra, Eleanor Parker, Kim Novak, Arnold Stang, Darren McGavin, Robert Strauss e John Conte. Duração: 119 minutos. Distribuição: Continental.