O que você espera de um filme dirigido por Ridley Scott, com um roteiro original escrito por Cormac McCarthy e estrelado por Michael Fassbender, Cameron Diaz, Javier Bardem, Penélope Cruz e Brad Pitt? A resposta seria “algo próximo do sublime”, certo? Não bem isso o que acontece com O Conselheiro do Crime. Cormac McCarthy é um grande escritor, autor de livros como Meridiano de Sangue, Onde os Fracos Não Têm Vez e A Estrada. Ridley Scott, se tivesse dirigido apenas Alien e Blade Runner, já teria um lugar garantido no Olimpo do Cinema. Com tantos talentos envolvidos, o que poderia ter dado errado? O clássico tema da ambição é o que move a história. Um advogado (Fassbender) é noivo de Laura (Cruz) e termina se envolvendo em um esquema ilegal com seus clientes. As coisas tomam um rumo inesperado e a vida dele vira de cabeça para baixo. O Conselheiro do Crime é um filme que eu resumiria em uma palavra: estranho. Tem um elenco legal, bons diálogos e cenas isoladas que funcionam muito bem. Falta uma unidade narrativa. Aquela “liga” especial que junta tudo. Talvez por isso, ele se saia melhor na telinha (onde normalmente vemos sem muita concentração), do que na telona (que exige uma atenção maior). Não é um filme ruim, de forma alguma. Mas, fica aquela sensação de que poderia ter sido grande.
O CONSELHEIRO DO CRIME (The Counselor – EUA 2013). Direção: Ridley Scott. Elenco: Michael Fassbender, Penélope Cruz, Cameron Diaz, Javier Bardem, Brad Pitt, Rosie Perez e Bruno Ganz. Duração: 117 minutos. Distribuição: Fox.