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O CAIXEIRO VIAJANTE


É impossível falar de documentários sem mencionar os irmãos Albert e David Maysles. Os dois são adeptos do que se convencionou chamar de Cinema-Verdade, movimento que tem por objetivo maior interferir o mínimo possível na realidade. Albert começou primeiro e de maneira inusitada. Formado em Psicologia, ele trabalhava como professor e sempre gostou muito de fotografar. No final dos anos 1950, ele viajou à então União Soviética (atual Rússia), por conta de um trabalho fotográfico de uma instituição mental. Isso despertou o interesse de uma emissora de TV que o contratou para produzir um documentário sobre o assunto. Isso foi o ponto de partida de seu envolvimento com o cinema. Ao lado do irmão mais novo, David, eles realizaram diversos curtas e especiais para televisão. O desejo de produzir um documentário de longa-metragem para o cinema se concretizou em 1968, quando foi lançado O Caixeiro-Viajante. O filme acompanha o dia-a-dia de quatro vendedores de bíblias caras. Fiéis ao propósito de retratar a realidade como ela é, os Maysles revelam as artimanhas utilizadas por eles para vender um produto que não é barato, para clientes que, na maioria dos casos não possuem as condições financeiras adequadas para um gasto como este. O Caixeiro-Viajante mostra um lado do sonho americano pouco visto nos filmes. Com uma equilibrada mistura de drama e humor, o filme destaca com vigor e originalidade o fator humano que existe em todas as histórias. Sejam elas grandes ou, como é o caso aqui, aparentemente pequenas. 
O CAIXEIRO VIAJANTE (Salesman – EUA 1968). Direção: Albert e David Maysles. Documentário. Duração: 85 minutos. Distribuição: VideoFilmes.

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Uma resposta

  1. Albert e David Maysles são mestres do Cinema-Verdade. E Caxeiro-Viajante é um marco na história do cinema. Nos extras desta edição do DVD brasileiro, tem o filme mencionado pelo Marden [Psiquiatria na União Soviética] além de entrevistas memoráveis com eles e faixa comentada. Um luxo de edição. Adoro Caixeiro-Viajante. É desses trabalhos que revisito sempre. Sim, absolutamente imperdível! PS: Um detalhe importante, eles incluiram, na assinatura do filme, a montadora Charlotte Zwerin. O que demonstra sensibilidade na importância da montagem dentro da construção de um longa metragem e respeito ao sentimento de pertença da equipe. Algo raro em um meio tão cheio de soberba.

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