O britânico D.H. Lawrence escreveu obras marcantes e polêmicas nas primeiras décadas do século XX e também teve uma postura político-ideológica, digamos assim, pouco democrata. Dentre seus romances, dois se destacam: Mulheres Apaixonadas, de 1920; e O Amante de Lady Chatterley, de 1928. Este segundo foi adaptado diversas vezes para TV e cinema, como é o caso dessa nova versão dirigida em 2022 pela francesa Laure de Clermont-Tonnerre. O roteiro de David Magee é fiel à essência do material original, no entanto, não deixa de acrescentar questões de nosso presente. O que em se tratando dessa história, não é tão fora de contexto assim, já que quando de seu lançamento se revelou uma obra bem adiante de seu tempo. A ação começa na época da Primeira Guerra Mundial com o casamento de Connie (Emma Corrin) e Clifford Chatterley (Matthew Duckett). Ambos são oriundos de famílias ricas e logo depois da lua-de-mel o marido vai lutar na guerra, de onde volta paralítico da cintura para baixo. Aquela situação faz com que ele “libere” a esposa para ter um caso e engravidar, dando-lhe assim um herdeiro. Desde que o sexo seja apenas um “ato mecânico”. Mas Connie se envolve e se apaixona por Oliver (Jack O’Connell), guarda-caça da propriedade. Não canso de repetir que em um relacionamento amoroso, seja na realidade ou na ficção, é preciso que o casal tenha química. Isso não falta aos amantes e a diretora tira proveito ao mostra-los em tórridas cenas. Clermont-Tonnerre iniciou sua carreira no audiovisual trabalhando como atriz, ainda adolescente. Depois, passou à direção. O Amante de Lady Chatterley é seu segundo longa.
O AMANTE DE LADY CHATTERLEY (Lady Chatterley’s Lover – Inglaterra/EUA 2022). Direção: Laure de Clermont-Tonnerre. Elenco: Emma Corrin, Jack O’Connell, Matthew Duckett, Joely Richardson, Faye Marsay, Ella Hunt e Anthony Brophy. Duração: 126 minutos. Distribuição: Netflix.
