Histórias de invasão alienígena existem aos montes no teatro, na literatura, no rádio, no cinema, nas HQs, na televisão, nos videogames e no streaming. Vê-se tratar, portanto, de um terreno bastante explorado. Justamente por isso é bom comprovar a originalidade de Ninguém Vai Te Salvar, escrito e dirigido por Brian Duffield. Trabalhando desde 2014 como roteirista, este é o segundo longa que ele dirige. O filme, quase inteiramente sem diálogos (apenas cinco e breves são proferidos), nos apresenta Brynn Adams (Kaitlyn Dever), uma jovem que mora sozinha em uma casa fora da cidade. Vemos sua rotina e fica evidente que algo em seu passado a deixou naquela situação. Mas não sabemos ao certo o que realmente aconteceu. De repente, o planeta é invadido por seres extraterrestres e isso força Brynn a encarar seus demônios. Tanto os internos como os externos. Ter uma atriz talentosa como Kaitlyn Dever faz toda a diferença em Ninguém Vai Te Salvar. Ela transmite todas as emoções que vivencia apenas com a linguagem corporal e as expressões de seu rosto. O diretor acerta em utilizar como aliens figuras de visual tradicional para quem acompanha histórias similares. Nenhuma novidade aqui. E isso é bem interessante. Até por não ter tanta importância assim para o que ele quer efetivamente contar. Quando o filme terminou me perguntei a razão de o estúdio o ter lançado direto no streaming. Com tanta porcaria em cartaz nos cinemas, é simplesmente inexplicável, para não dizer coisa pior, que um filme tão legal e inventivo assim não tenha estreado nas telonas.
NINGUÉM VAI TE SALVAR (No One Will Save You – EUA 2023). Direção: Brian Duffield. Elenco: Kaitlyn Dever, Zach Duhame, Ginger Cressman, Lauren L. Murray, Elizabeth Kaluev, Dane Rhodes, Geraldine Singer e Evangeline Rose. Duração: 93 minutos. Distribuição: Star+.