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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

MUTUM

A principal vantagem de trabalhar com atores não profissionais é o senso de realismo que eles proporcionam à história que está sendo contada. Quando são naturalmente talentosos então, é o paraíso. Isso acontece em Mutum, filme de estreia na ficção da cineasta carioca Sandra Kogut. Ela já tinha quase vinte anos de carreira, realizando curtas e documentários, quando dirigiu Mutum. O roteiro, escrito por ela junto com Ana Luiza Martins Costa, se baseia em um romance Campos Gerais, de João Guimarães Rosa. O título, que significa “mudo”, tem relação com um pássaro preto que só canta à noite. É também o nome do lugar no interior de Minas onde se passa a ação. Thiago (Thiago da Silva Mariz, em desempenho assombroso para quem nunca havia atuado antes) é um menino de dez anos com um jeito bem peculiar de ver as coisas. Viver, ele constata ainda muito cedo, é a arte de administrar perdas. Kogut, que vinha do premiado documentário Um Passaporte Húngaro, realiza aqui um precioso estudo de personagem, além de se valer de recursos experimentais em sua narrativa. Extrai também do elenco, na maioria amador, atuações convincentes e tocantes. Mutum ganhou diversos prêmios internacionais, entre eles, uma menção especial no Festival de Berlim.

MUTUM (Brasil/França 2007). Direção: Sandra Kogut. Elenco: João Miguel, Thiago da Silva Mariz, Izadora Fernandes, Felipe Leal Barroso e Brenda Rodrigues Lima. Duração: 86 minutos. Distribuição: Bretz Filmes.

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