O dramaturgo, diretor teatral, professor, roteirista, cineasta e multimídia curitibano Paulo Biscaia Filho é apaixonado por filmes de terror. Quem acompanha os trabalhos da Vigor Mortis, montada em 1997 por ele, sabe desta paixão. Mas, Biscaia vai além do simples “amor” por este gênero. Suas histórias costumam misturar o terror com humor, gore, histórias em quadrinhos, música e diversas referências à cultura pop. Um dos trabalhos mais conhecidos da Vigor Mortis é a peça Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos, encenada pela primeira vez em abril de 2004. Cinco anos depois, a peça foi adaptada para o cinema com roteiro e direção do próprio Biscaia, trazendo novamente os atores Leandro Daniel Colombo, Mariana Zanette e Anderson Faganello para reprisarem na tela os papéis que haviam interpretado no palco. A trama gira em torno de Ana Argento (Zanette), uma quadrinista que encontrou o sucesso profissional, mas, não teve a mesma sorte nos relacionamentos. Certo dia, ela acorda em um necrotério, onde encontra o médico legista Daniel (Colombo) e o corretor de seguros Tom (Faganello), que é cataléptico. Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos é divertido, ousado, espirituoso e expande o universo criado originalmente no teatro. Ponto para Biscaia e sua equipe que conseguiram transmutar a obra de um meio para outro. E de quebra, ressuscitaram a canção Wuthering Heights, gravada por Kate Bush em 1978 e que fica na nossa cabeça, pelo menos ficou na minha, depois que o filme acaba.
MORGUE STORY – SANGUE, BAIACU E QUADRINHOS (Brasil 2009). Direção: Paulo Biscaia Filho. Elenco: Leandro Daniel Colombo, Mariana Zanette, Anderson Faganello, Cléber Borges, Edson Bueno, Rafaella Marques e Wagner Corrêa. Duração: 78 minutos. Distribuição: Moro Filmes.
Respostas de 3
Para quem não conhece o trabalho do Paulo, eis aqui um ótimo cartão de entrada. Ademais, quem sabe existe um diálogo dele com Alejandro Jodorowsky e Claudio Argento!
PS: Marden, me ajuda a conferir!
Digo, Dario Argento. Bom, Claudio também… Claudio é roteirista e produtor!
Sem querer ser bairrista, adoro essa obra, que não é um filme de bairro. Mas de gênero – e da melhor qualidade!