Quem disse que animações precisam ser obrigatoriamente alegres, divertidas? Claro que a maioria das pessoas associa desenhos animados com crianças. Mas, nem sempre, mesmo tratando de temas infantis, as histórias precisam seguir o padrão “comercial de margarina”. A produção franco-suíça Minha Vida de Abobrinha, dirigida por Claude Barras, passa longe dessa estrutura. Com o roteiro escrito por Céline Sciamma, Germano Zullo, Claude Barras e Morgan Navarro, a partir do livro de Gilles Paris, acompanhamos aqui o drama de Icare, uma criança que fica órfã e é deixado em um orfanato. A curta duração, pouco mais de uma hora, funciona muito bem a favor do filme. O diretor estreante na direção de longas utiliza a centenária técnica de stop motion (que faz uso de bonecos feitos de materiais diversos e movidos quadro a quadro). Icare, que é chamado de Abobrinha, enfrenta perdas pessoais e as dificuldades de ter que viver em um ambiente cheio de adversidades. A empatia que ele estabelece conosco é fundamental para nos emocionarmos com sua rica trajetória. Minha Vida de Abobrinha é um filme sobre criança, mas, feito para gente grande.
MINHA VIDA DE ABOBRINHA (Ma Vie de Courgette – França/Suíça 2016). Direção: Claude Barras. Animação. Duração: 66 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.