Sidney Magalhães, ou melhor, Sidney Magal, comemorou em 2021 meio século de carreira. Ele, que é filho único de uma prima de Vinícius de Moraes, sonhava cantar bossa nova. Foi dissuadido pelo poeta compositor de Garota de Ipanema, que com aquele rosto bonito, porte físico e “ginga” ele faria muito mais sucesso em outro ritmo musical. O documentário Me Chama Que Eu Vou, dirigido por Joana Mariani, resgata essa história de muitos altos e alguns baixos. Em ordem cronológica acompanhamos a trajetória de Magal, que desde pequeno teve forte apoio de dona Sônia Magalhães, sua mãe, que já muito cedo percebeu seu talento vocal. A carreira profissional teve início em 1971 em uma turnê pela Europa fazendo parte de um grupo de dança. De volta ao Brasil, a partir de meados da década, seu estilo cigano/amante latino vestindo roupas chamativas e dançando sensualmente, aliado a um potente vozeirão chamou a atenção de todos e, principalmente, de todas sempre que aparecia na televisão. Canções como Se Te Agarro Com Outro Te Mato, Meu Sangue Ferve Por Você, Tenho e Sandra Rosa Madalena ganharam as rádios e as festas do Brasil inteiro, sem contar os sempre lotados shows do artista. O filme de Mariani abraça todas as facetas de Magal e mostra, como fica bem evidente em muitas passagens, os dois Sidneys: o Magalhães, apaixonado pela esposa Magali e pela família que formou com ela; e o Magal, ídolo de multidões de diferentes gerações.
ME CHAMA QUE EU VOU (Brasil 2020). Direção: Joana Mariani. Documentário. Duração: 71 minutos. Distribuição: Vitrine Filmes.