O faroeste é um gênero que se adapta bem em qualquer contexto ou tempo. Sua principal matéria prima é o homem e a natureza. Um tentando dominar o outro. Mas, claro, existem algumas exceções. Mais Forte Que a Vingança, dirigido em 1972 pelo cineasta americano Sydney Pollack, é uma delas. O roteiro, escrito por John Milius e Edward Anhalt, tem por base a história Crow Killer, de Raymond W. Thorp e Robert Bunker, bem como o romance O Homem da Montanha, de Vardis Fisher. O filme conta a história de um homem, Jeremiah Johnson (Robert Redford), que abandona a civilização e vai morar isolado nas montanhas geladas de Utah. Muitos estudiosos consideram Mais Forte Que a Vingança o precursor dos “ecofilmes”, ou filmes que falam de natureza e ecologia. É também um dos primeiros westerns a retratar os índios de maneira digna. Pollack é um diretor de narrativa clássica, aquela que define bem as personagens e seus objetivos. Seu olhar humanista nos encanta por inteiro. E o filme ainda conta com Redford, já na época um ator engajado em causas sociais e humanitárias, que abraçou com paixão o papel título desta obra de beleza ímpar.