Leonard Bernstein é um dos maiores, senão o maior, nome da música clássica dos Estados Unidos. Seja como regente, compositor, músico ou apresentador de programas de TV, sua carreira e obra foi, é e será por muito tempo inspiração para novos artistas. Uma cinebiografia de sua prolífica trajetória musical estava nos planos de Steven Spielberg e Martin Scorsese. No final, terminou ficando com Bradley Cooper, por sugestão do próprio Spielberg, que junto com Scorsese assumiram a produção deste Maestro. A exemplo do que havia feito em Nasce Uma Estrela, seu filme de estreia, Cooper coescreveu o roteiro (junto com Josh Singer), coproduziu, dirigiu e atuou no papel-título. O filme acompanha um longo período da vida de Bernstein e centra boa parte de seu foco na relação dele com a atriz Felicia Montealegre (Carey Mulligan), com quem se casou. Cinebiografias que abordam muito tempo da vida da pessoa retratada costumam, na maioria dos casos, não se aprofundar em passagens que mereceriam mais destaque. É um dos problemas de Maestro. Apesar do virtuosismo de algumas passagens, o filme fica na superfície dos fatos e não explora, por exemplo, a bissexualidade de Bernstein, que fica evidente para nós, espectadores, mas não é desenvolvida de forma convincente do contexto da relação dele com Felicia. Mas não há como negar os ótimos desempenhos de Cooper e Mulligan, bem como a excepcional maquiagem e, óbvio, a excelente trilha sonora. Seguramente, Maestro receberá muitas indicações na temporada de prêmios 2023/2024. Mas isso não significa que sairá vencedor na maioria das categorias que venha a concorrer.
MAESTRO (EUA 2023). Direção: Bradley Cooper. Elenco: Carey Mulligan, Bradley Cooper, Matt Bomer, Vincenzo Amato, Greg Hildreth, Michael Urie, Brian Klugman, Sarah Silverman, William Hill e Maya Hawke. Duração: 129 minutos. Distribuição: O2 Play/Netflix.