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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

LOCKE

Pode um filme se passar inteiro dentro de um espaço minúsculo com um único ator em cena e mesmo assim te envolver do início ao fim? Se você acha difícil, é porque ainda não viu Locke. Escrito e dirigido pelo britânico Steven Knight, mais conhecido por seus trabalhos de roteirista em filmes como Senhores do Crime, de David Cronenberg, por exemplo. A história é conduzida inteiramente por Ivan Locke (Tom Hardy, simplesmente sublime), durante uma viagem de carro de aproximadamente uma hora e meia entre Birmingham e Londres. Tudo começa com um telefonema que muda por completo a rotina de Locke, um brilhante gerente de construções, na véspera de uma importantíssima obra. Ao longo da estrada, ele conversa com seu patrão, com seu auxiliar direto, com sua família e com Bethan. Todas essas pessoas participam da trama apenas via telefone. Vemos seus nomes na tela do veículo e ouvimos suas vozes. É só o que basta. Tom Hardy dá conta de todo o resto. É incrível como Knight supre o espectador com todas as informações que é preciso saber sobre o caráter e a postura ética do “motorista” que nos conduz por esta intrigante narrativa. Locke é mais uma prova de que a criatividade de um artista supera qualquer obstáculo de tempo, espaço e orçamento. Rodado em apenas seis dias, Hardy aceitou participar do filme com a condição de ter Knight como roteirista da série Taboo, cocriada, coproduzida e protagonizada por ele. Em tempo: Tom Hardy estava mesmo gripado durante as filmagens.

LOCKE (Locke – Inglaterra 2013). Direção: Steven Knight. Elenco: Tom Hardy, Ruth Wilson, Olivia Colman, Andrew Scott, Ben Daniels, Danny Webb e Tom Holland. Duração: 85 minutos. Distribuição: Netflix.

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