O diretor canadense Jean-Claude Lauzon é natural de Quebec e morreu cedo, aos 44 anos, vítima de um acidente aéreo. Em sua breve carreira, dirigiu apenas três filmes (um curta e dois longas). Léolo é o mais famoso deles. Com roteiro original escrito pelo próprio diretor, o filme conta a história de uma família disfuncional de maneira única. Em ritmo de conto de fadas, inclusive com direito a um narrador, acompanhamos o jovem Léolo (Maxime Collin), que acredita ter sido gerado por um tomate. Ou melhor, ele diz ser italiano, filho de um camponês siciliano, cujo esperma foi parar em um tomate que terminou fecundando sua mãe, em Montreal. Parece muita viagem, não? Espere até conhecer as neuras da família do garoto. Léolo faz uso de sua imaginação para conquistar a liberdade de um mundo cada vez mais mergulhado na insanidade. O mais interessante é o tratamento dado por Lauzon. Seu filme é carregado de poesia e de belas soluções visuais, inclusive as eróticas, que de tão puras são muito engraçadas. Tudo isso torna quase impossível não nos encantarmos por sua narrativa. Léolo ganhou os prêmios mais importantes dos festivais de cinema do Canadá e o prêmio da audiência do Fantasporto (Festival de Cinema Fantástico do Porto), além de uma indicação para a Palma de Ouro de Cannes. Um filme marcante e único
LÉOLO (Canadá/França 1992). Direção: Jean-Claude Lauzon. Elenco: Maxime Collin, Ginette Reno, Roland Blouin, Julien Guiomar, Pierre Bourgault, Giudetta Del Vecchio, Andrée LaChapelle, Denys Arcand, Germain Houde e Lorne Brass. Duração: 105 minutos. Distribuição: Lume.