O cineasta François Ozon faz parte de uma geração de diretores franceses que gosta de seguir adiante contando histórias polêmicas. Porém, sem abandonar as características que tornaram famoso o cinema de sua terra. Jovem e Bela, que ele escreveu e dirigiu em 2013, parece, em um primeiro momento, uma versão adolescente de A Bela da Tarde, de Luis Buñuel. Mas, trata-se de uma falsa aparência. Há até algumas semelhanças. Só isso. Acompanhamos aqui a trajetória de Isabelle (Marine Vactch), que, como o título já anuncia, é uma jovem e bela garota de 17 anos. Ao longo das quatro estações do ano, ela transa pela primeira vez e, a partir daí, sem necessidade financeira ou questionamento moral, muito menos culpa, Isabelle se prostitui e exercita seu poder de sedução. Ozon nos leva às aventuras sexuais desta menina e nos transforma em voyeurs. E não apenas nós, espectadores. Marine Vactch, por sua vez, nem parece que está atuando, o que provoca um certo desconforto em alguns momentos. Jovem e Bela provoca, instiga e discute questões ligadas à sexualidade sem entregar respostas fáceis.
JOVEM E BELA (Jeune et Jolie – França 2013). Direção: François Ozon. Elenco: Marine Vactch, Geraldine Pailhas, Frederic Pierrot, Fantin Ravat e Charlotte Rampling. Duração: 95 minutos. Distribuição: Paramount.
Uma resposta
Não se pode/não se deve ficar indiferente ao cinema de Ozon. É isso.