A adaptação de um dos heróis de quadrinhos mais populares do mundo, o Homem-Aranha, levou mais de dez anos para ser realizada. A má administração da Marvel fez com que a personagem pertencesse no final dos anos 1980 a muitos donos. Era esse nó burocrático que sempre dificultava as negociações. Muitos diretores se envolveram com o projeto, principalmente, James Cameron, que chegou a escrever até um roteiro. Finalmente, no ano 2000, a Sony conseguiu negociar com todos os detentores dos direitos do aracnídeo e dá início à produção do primeiro filme, lançado em 2002. O sucesso foi enorme e, claro, uma continuação foi encomendada. Existem poucos filmes com o número dois depois do título que são superiores ao original. Homem-Aranha 2 é um deles. Sem desmerecer o primeiro, também dirigido por Sam Raimi, e muito bom, o segundo filme do “melhor amigo da vizinhança” ganha em todos os aspectos: a) começa com uma inspirada abertura, que resume em quadrinhos o filme anterior; b) sem as amarras de um filme de origem, o diretor teve mais liberdade para desenvolver a ação; c) a opção por utilizar um dos vilões clássicos e mais queridos, o Dr. Octopus. O alfabeto ainda tem 23 letras e eu poderia utilizar todas elas para destacar as qualidades de Homem-Aranha 2, mas, isso não será necessário. O filme fala por si. Resumindo: o primeiro é muito bom, o segundo é ótimo. Para encerrar, não poderia deixar de mencionar a mais do que acertada escolha de Alfred Molina para interpretar o Dr. Octopus.