A carreira do ator, roteirista e diretor nova-iorquino é tão extensa que, ao longo dela, ele teve a oportunidade de homenagear seus cineastas favoritos. Hannah e Suas Irmãs, que ele escreveu e dirigiu em 1986, faz parte do período em que ele reverenciava Ingmar Bergman. Apesar de muitos verem o filme como uma comédia, o termo mais adequado para defini-lo seja “dramédia”. Na história, Hannah (Mia Farrow) é a filha mais velha de um casal de artistas. Ela é casada com Elliot (Michael Caine) e tem duas irmãs: Lee (Barbara Hershey) e Holly (Dianne Wiest). A ação acontece entre dois feriados de Ação de Graças e parece até o poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade. Hannah amava Elliot que amava Lee que amava Frederick… Qualquer filme de Woody Allen, com exceção de seus primeiros trabalhos, exige do espectador um mínimo de repertório para ser apreciado plenamente. Não é diferente em Hannah e Suas Irmãs. Dono de humor único no cinema americano, Allen é, antes de tudo, um profundo observador das relações humanas e de todos os seus filmes, este talvez seja o que melhor retrata a vida em família. Allen é também um excelente roteirista e diretor de atores. Não por acaso, Michael Caine e Dianne Wiest foram premiados com o Oscar de melhor ator e atriz coadjuvantes e o próprio Allen recebeu o de melhor roteiro original.