Não é exagero algum afirmar que o cineasta texano King Vidor nasceu junto com Hollywood. Seu primeiro trabalho data de 1913, período em que a indústria americana estava se mudando de Nova York para a Califórnia. Em cerca de 50 anos de carreira, Vidor dirigiu os mais diferentes gêneros e deixou uma filmografia de mais de 70 obras. Guerra e Paz, de 1956, foi o penúltimo filme que ele realizou e seu maior épico. Baseado no romance clássico do russo Leon Tolstói, o roteiro contou com seis autores, entre eles o próprio diretor, para ser adaptado. A história se concentra no período em que Napoleão invade a Rússia com seu exército. Em uma verdadeira quadrilha drummoniana, Natasha (Audrey Hepburn) ama Pierre (Henry Fonda), que é casado com Helene (Anita Ekberg), que ama muitos e não ama Andrei (Mel Ferrer), que também ama Natasha. Guerra e Paz foi o quarto filme de Hepburn e consolidou sua condição de estrela, inclusive pelo alto cachê que recebeu, o maior pago a uma atriz até então. Rodado na Itália, o filme teve um terço de suas cenas dirigidas por Mario Soldati, que no final foi creditado apenas como diretor de segunda unidade. Uma curiosidade: Marlon Brando foi convidado para o papel de Pierre, mas, recusou por não querer trabalhar com Audrey. O filme teve três indicações ao Oscar, porém, não ganhou nada.