Charles Dickens é um dos mais populares escritores da literatura mundial. Uma de suas últimas obras, Grandes Esperanças, foi publicada em 1861 e ganhou sua primeira adaptação para o cinema em 1946, considerada até hoje a melhor de todas as versões já feitas. Dirigida por David Lean, que escreveu o roteiro junto com Ronald Neame, Anthony Havelock-Allan, Cecil McGivern e Kay Walsh, trata da trajetória de Pip, vivido na infância por Anthony Wager e na fase adulta por John Mills. Pip é um menino pobre que se apaixona por Estella (Jean Simmons e Valerie Hobson) quando ainda era criança. Ela vive com a avó (Martita Hunt), uma mulher solitária e carregada de amargura. Pip recebe ajuda financeira de um misterioso padrinho. Anos depois, morando em Londres, Pip está bem diferente daquele humilde garoto do passado. Mas, a paixão por Estella continua intacta. Grandes Esperanças já deixa bem claro o talento de Lean para grandes temas. Talento já latente aqui e que viria a se manifestar em sua plenitude onze anos depois, quando realizou A Ponte do Rio Kwai, e, principalmente, em 1962, com Lawrence da Arábia. Marca também o início de uma parceria com o ator Alec Guinness, que participaria de outros cinco filmes com o diretor. Grandes Esperanças recebeu cinco indicações ao Oscar e saiu vencedor em duas: direção de arte e a bela fotografia em preto e branco.
GRANDES ESPERANÇAS (Great Expectations – Inglaterra 1946). Direção: David Lean. Elenco: John Mills, Anthony Wager, Valerie Hobson, Jean Simmons, Bernard Miles, Finlay Currie, Martita Hunt e Alec Guinness. Duração: 118 minutos. Distribuição: Versátil/Cultura.