Clint Eastwood não poderia ter escolhido personagem melhor que Walt Kowalski para se despedir do trabalho como ator. Veterano da guerra da Coréia, Kowalski acabou de perder a esposa e o mundo que conhecia deixou de existir há bastante tempo. Nada mais é como antes na sua vida. O trabalho, os amigos, os filhos, os carros e os vizinhos. Kowalski é rabugento e racista. E para piorar tudo, vive sozinho em um bairro “invadido” por estrangeiros. O maior orgulho que ele guarda do passado é o Ford Gran Torino, modelo 1972, que fica na sua garagem. Isso até a tentativa de roubo promovida por Thao, um adolescente asiático, filho do seu vizinho. O castigo de Thao é trabalhar para ele até reparar seu erro e isso faz com que Kowalski tenha que encarar seus demônios interiores. Eastwood é um cineasta da “velha escola” e não precisa provar mais nada para ninguém. Mesmo assim, ele continua teimando em realizar pequenas obras-primas, como este Gran Torino. Um filme que poderia muito bem ser um canto de despedida, mais que ele insiste em dizer apenas “até breve”. Vida longa, portanto, ao espírito do Oeste!
GRAN TORINO (Gran Torino – EUA 2008). Direção: Clint Eastwood. Elenco: Clint Eastwood, Christopher Carley, Bee Vang, Ahney Her, Brian Haley, Geraldine Hughes, Brian Howe, Dreama Walker, William Hill e John Carroll Lynch. Duração: 116 minutos. Distribuição: Warner.
Respostas de 4
Oi Marden. Li ou ouvi em algum lugar que esse filme seria uma espécie de resumo da carreira dele como ator. Você vê essas referencias no filme?
Gran Torino é obra de Mestre. Puro e simplesmente, Mestre.
achei muito bom, consegue prender a atenção e consegue surpreender.
JOPZ
É um “spin-off” de Harry Callahan não assumido, uma história derradeira de um irmão gêmeo separado no nascimento. Mas esse tipo de comentário pode deixar o Kowalski de mau humor…