O roteirista e diretor carioca Fellipe Barbosa iniciou sua carreira no audiovisual da mesma forma que muitos outros cineastas mundo afora: dirigindo curtas, em 2005. Na sequência, seis anos depois, estreou na direção de longas com Laura. Em 2014 chamou a atenção nos festivais com Casa Grande, seu filme seguinte. Gabriel e a Montanha, de 2017, é seu terceiro longa. O roteiro, escrito por ele ao lado de Lucas Paraizo e Kirill Mikhanovsky, reconta os últimos 70 dias de Gabriel Buchmann, seu amigo de infância, vivido aqui pelo ator João Pedro Zappa, que antes de ingressar numa universidade americana, decidiu percorrer a África com sua mochila e completamente integrado à rotina local. Para encerrar a jornada, ele decide escalar o monte Mulanje, no Malawi, onde encontraram seu corpo. Fellipe Barbosa, a partir das fotos, das anotações no computador e dos e-mails trocados entre Gabriel e sua família e namorada, reconstrói esse período e, no melhor estilo neorrealista, contatou e utilizou as pessoas que conviveram com o verdadeiro Gabriel para reencenar sua história. A sensação que isso nos passa é de uma verdade mais que profunda.
GABRIEL E A MONTANHA (Brasil 2017). Direção: Fellipe Barbosa. Elenco: João Pedro Zappa, Caroline Abras, Leonard Siampala, John Goodluck, Alex Alembe, Lewis Gadson, Rhosinah Sekeleti, Luke Mpata e Manuela Picq. Duração: 131 minutos. Distribuição: Netflix.
