Quando Steven Spielberg produziu Uma Cilada Para Roger Rabbit, os estúdios Disney e Warner fizeram uma única exigência para liberar suas personagens: que Mickey e Donald tivessem o mesmo tempo em cena que Pernalonga e Patolino. De uma certa forma, algo parecido aconteceu em Fogo Contra Fogo, que Michael Mann escreveu e dirigiu em 1995. Primeiro filme com os ícones Al Pacino e Robert De Niro atuando juntos, o contrato determinava que ambos deveriam ter tratamento igual em relação ao tempo de exposição na tela. Acompanhamos a história do policial Vincent Hanna (Pacino) e do ladrão Neil McCauley (Robert De Niro). Se os dois fossem um casal, poderíamos dizer que nasceram um para o outro, uma vez que se completam por inteiro. Fogo Contra Fogo é um filme de “gato e rato”. Temos um ladrão frio e perfeccionista e, na mesma medida, um policial obstinado e perspicaz. A ação se passa em Los Angeles e Michael Mann, junto com Dante Spinotti, seu diretor de fotografia, mostra a cidade de uma maneira única. Nada de cenas em estúdio. Todas as filmagens ocorreram em locações. Assaltos, tiros, perseguições. Esse tripé comum nos policiais encontra aqui um olhar muito diferente dos outros. Um olhar que somente um diretor do calibre de Mann seria capaz de propor.