O cineasta britânico Ken Loach está na ativa há mais de 50 anos e é dono de uma filmografia bastante pessoal e sem concessões. Seus filmes costumam lidar com questões sociais, familiares e políticas. Seu estilo quase documental abre espaço para os atores improvisarem e isso gera uma espontaneidade que passa a impressão forte de realidade. Eu, Daniel Blake não foge à regra. Com roteiro de Paul Laverty, tudo começa quando a personagem título (Mark Burns), após sofrer um ataque cardíaco, é desaconselhado a voltar a trabalhar. Isso faz com que ele busque junto ao governo os benefícios previstos para casos com este. Mas, a burocracia torna tudo muito mais complicado do que deveria ser. Nesse meio tempo, ele conhece Katie (Hayley Squires), mãe solteira de duas crianças que passa por sérias dificuldades financeiras. Eu, Daniel Blake escapa dos clichês lacrimosos comuns nesse tipo de história. Não é por acaso que Ken Loach nunca aceitou trabalhar em Hollywood. Seu estilo seco, direto, natural e carregado de humanidade jamais teria espaço em um estúdio americano. Isso nunca o impediu de ganhar inúmeros prêmios. Este, por exemplo, ganhou a Palma de Ouro em Cannes e o Bafta de melhor filme inglês, entre outros.
EU, DANIEL BLAKE (I, Daniel Blake – Inglaterra 2016). Direção: Ken Loach. Elenco: Mark Burns, Hayley Squires, Sharon Percy, Briana Shann, Dylan McKiernan, Stephen Clegg e Shaun Prendergast. Duração: 101 minutos. Distribuição: Imovision.
Uma resposta
Ken Loach. Ken Loach. Ken Loach. Três mil vezes Ken Loach.