Existem documentários que resgatam um fato ou alguém e são conduzidos através de depoimentos e fotos. Este costuma ser o formato mais comum. Mas, existe também aquele tipo de documentário bem pessoal, que nos leva por uma viagem de busca interior do próprio diretor. Assim é Elena, realizado em 2012 pela diretora mineira Petra Costa. Ela começou sua carreira como atriz, ainda adolescente. Depois, se formou em Antropologia nos Estados Unidos e estreou atrás das câmaras dirigindo um curta-metragem, Olhos de Ressaca, em 2009. O relato de Elena é uma busca de Petra por sua própria história. Ou melhor, a de sua irmã mais velha, que viajou para Nova York com o sonho de se tornar atriz. Desiludida, ela comete suicídio. Vinte anos depois, a diretora refaz esta viagem e busca compreender o que aconteceu. As imagens surgem e trazem muita dor e, ao mesmo tempo, muito carinho. Petra, ao tentar encontrar a irmã, termina encontrando a si mesma. Elena é corajoso ao expor os sentimentos mais íntimos da cineasta, que compartilha conosco este acerto de contas com seu passado. Não se trata de uma experiência fácil. Pelo contrário, ela se revela bastante pesada. Mas, não teria como ser de outra forma. E isso faz toda a diferença.