Alfonso Cuarón, ao lado de Guillermo Del Toro e Alejandro González Iñárritu, faz parte da trinca de cineastas que renovou o cinema mexicano nos últimos anos. Curiosamente, cada um deles possui um estilo bem pessoal e dos três, Cuarón talvez seja o mais versátil. Depois do sucesso internacional de A Princesinha, produção americana que ele dirigiu nos final dos anos 1990, ele poderia ter se acomodado e ganho muito dinheiro em Hollywood. No entanto, ele optou por voltar ao México para realizar E Sua Mãe Também, um filme que dificilmente ele conseguiria fazer nos Estados Unidos. A trama gira em torno de dois amigos, ambos com cerca de 17 anos e de classes sociais diferentes: Julio (Gaël García Bernal) e Tenoch (Diego Luna). As namoradas deles estão viajando e sozinhos, eles aproveitam o período de férias. Durante uma festa, os dois, de brincadeira, convidam a mulher do primo de Tenoch para acompanhá-los em uma viagem até uma praia isolada. A espanhola Luiza (Maribel Verdú) recusa o convite, mas depois muda de ideia e topa fazer a viagem. Como em todo bom road movie, Cuarón usa a estrada como uma metáfora da vida e um ritual de transformação. No fundo, o que os garotos querem é transar com Luiza. Porém, a viagem revela surpresas intensas e inesperadas para o trio e, felizmente, também para nós, espectadores.