Oito anos depois do lançamento de Homem de Ferro, filme que deu início ao Universo Cinematográfico da Marvel, a história se repete. Vou explicar melhor. Quando o alterego de Tony Stark ganhou as telas, aquela estrutura narrativa se revelou eficiente e vitoriosa. Um milionário sofre um acidente e se reinventa ao assumir uma nova identidade. Foi assim com Homem de Ferro, em 2008, e é assim também com Doutor Estranho, em 2016. A diferença está na ferramenta utilizada pelo herói. Sai a tecnologia e entra a magia. Ou seja, a Marvel que vinha delineando suas histórias dentro do mundo real, agora abraça também o mundo mágico. Criado nos quadrinhos por Stan Lee e Steve Ditko, o Dr. Stephen Strange (Benedict Cumberbatch, escolha mais do que acertada), é um neurocirurgião rico, famoso e arrogante que sofre um acidente de carro e tem suas preciosas mãos danificadas para sempre. Após tentar recuperar suas habilidades através da ciência, ele vai atrás de um último recurso de origem sobrenatural. Dirigido por Scott Derrickson, a partir de um roteiro dele, escrito junto com Jon Spaihts e C. Robert Cargill, Doutor Estranho, apesar de lembrar bastante a estrutura de Homem de Ferro, tem vida própria. Muito se deve ao carisma de Cumberbatch no papel principal e do elenco de apoio. Além disso, os efeitos especiais são bacanas e psicodélicos na medida certa, o que remete às origens do herói nos gibis. Com Doutor Estranho, a Marvel amplia ainda mais seu universo cinematográfico e abre caminho para aventuras cada vez mais fantásticas. Não é preciso ter o Olho de Agamotto para ver que o estúdio não está brincando quando projeta filmes até o final da próxima década.

DOUTOR ESTRANHO (Doctor Strange – EUA 2016). Direção: Scott Derrickson. Elenco: Benedict Cumberbatch, Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams, Tilda Swinton, Mads Mikkelsen, Michael Stuhlbarg, Benjamin Bratt e Benedict Wong. Duração: 115 minutos. Distribuição: Buena Vista.