O cineasta John Badham é filho de mãe inglesa e pai adotivo americano. Nascido na Inglaterra e criado nos Estados Unidos, ele começou sua carreira em 1971 dirigindo séries de TV. Sua estreia no cinema aconteceu em 1976, e ao longo dos 20 anos seguintes ele se revelou um diretor bastante eclético. De Quem é a Vida Afinal?, de 1981, foi seu quarto longa e é, dentre as obras de sua filmografia, o mais contundente. Baseado na peça de Brian Clark, que junto com Reginald Rose escreveu o roteiro do filme, acompanhamos aqui o drama de Ken Harrison (Richard Dreyfuss). Ele é um escultor que sofre um trágico acidente de carro e fica tetraplégico. Sem movimento algum em seu corpo do pescoço para baixo, ele entra em depressão e consciente de que sua vida não será mais a mesma, aciona um advogado para pleitear nos tribunais o direito à ortotanásia, também conhecida como eutanásia passiva. Este procedimento consiste na suspensão de qualquer tipo de tratamento que prolongue a vida do paciente. Badham conduz sua narrativa com segurança e tem ao seu lado um ator como Richard Dreyfuss em estado de graça. Sem pieguices, maniqueísmo ou apelos sentimentais, De Quem é a Vida Afinal? faz valer o questionamento proposto pelo título. E deixa esta pergunta na nossa cabeça também.
DE QUEM É A VIDA AFINAL? (Whose Life Is It Anyway? – EUA 1981). Direção: John Badham. Elenco: Richard Dreyfuss, Christine Lahti, John Cassavetes, Bob Balaban, Kenneth McMillan, Kaki Hunter, Thomas Carter e Alba Oms. Duração: 119 minutos. Distribuição: Warner.
