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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

DAS TRIPAS CORAÇÃO

É curioso perceber que o cinema é uma arte predominantemente masculina. Em especial, na direção. É bem pequeno o número de “diretoras”. Seja qual for o país, na maioria dos casos, é possível contar nos dedos os nomes das cineastas em atividade. Não importa se no passado ou no presente. Em terras brasileiras, o nome de Ana Carolina merece destaque. Entre 1978 e 2001 ela construiu uma sólida carreira cinematográfica e realizou quatro obras onde o universo feminino é mostrado de maneira única. Entre eles, se sobressai este Das Tripas Coração, de 1982. Com roteiro escrito pela própria diretora, o filme nos leva a um colégio de meninas, onde, apesar de seu alto nível, problemas administrativos e financeiros provocam seu iminente fechamento. É marcada então uma reunião entre Renata (Dina Sfat) e Miriam (Xuxa Lopes), as duas diretoras da escola, e Guido (Antonio Fagundes), o interventor. Este chega cinco minutos antes do previsto e cochila enquanto espera. Quase todo o filme acontece, a partir daí, dentro do sonho que ele tem nesse cochilo. A sensibilidade da diretora faz com que esses delírios oníricos sejam visto através de uma ótica feminina. E isso faz toda a diferença. Das Tripas Coração nos leva por uma estrada repleta de imagens surpreendentes. Imagens que parecem muitas vezes deslocadas em relação aos diálogos que são trocados entre os atores em cena. O que gera um estranhamento poucas vezes explorado em nossa cinematografia.

DAS TRIPAS CORAÇÃO (Brasil 1982). Direção: Ana Carolina. Elenco: Dina Sfat, Antonio Fagundes, Xuxa Lopes, Ney Latorraca, Christiane Torloni, Miriam Muniz, Eduardo Tornaghi, Cristina Pereira, Stella Freitas e Célia Helena. Duração: 100 minutos. Distribuição: VideoFilmes.

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