Sidney Lumet dirigiu grandes clássicos envolvendo julgamentos. 12 Homens e Uma Sentença e O Veredicto são apenas dois exemplos de sua extensa lista. Trata-se, portanto, de um tipo de filme que ele conhece muito bem. Culpado Como o Pecado é uma espécie de “licença poética” do diretor neste, digamos assim, segmento cinematográfico. Aqui, além do drama natural, há um forte elemento de suspense. O roteiro de Larry Cohen nos apresenta a advogada Jennifer Haines (Rebecca De Mornay), bonita, elegante e bem-sucedida, ela aceita defender David Edgar Greenhill (Don Johnson), um homem acusado de ter matado a própria esposa. David alega inocência e seduz Jennifer. Porém, a advogada começa a suspeitar de algumas coisas e decide investigar por conta própria a história de seu cliente. Lumet é, antes de tudo, um excepcional diretor de atores e mesmo em uma trama sem muitas surpresas como esta, é visível esta marca do cineasta. De Mornay, na época, era uma atriz em ascensão e vinha de sucessos que exploravam sua beleza e sensualidade. O mesmo pode ser dito de Johnson, ainda colhendo os frutos da popularidade adquiridos nos anos da série de TV Miami Vice. Culpado Como o Pecado é, em sua essência, um veículo promocional para seu par central de atores. Se tivesse sido dirigido por outra pessoa, talvez não chamasse a atenção. A direção de Lumet, mesmo não estando no nível de outras obras do cineasta, termina fazendo a diferença.
CULPADO COMO O PECADO (Guilty as Sin – EUA 1993). Direção: Sidney Lumet. Elenco: Rebecca De Mornay, Don Johnson, Stephen Lang, Jack Warden, Dana Ivey, Ron White e Sean McCann. Duração: 108 minutos. Distribuição: Buena Vista.