O cineasta Francis Ford Coppola tem um histórico de produções tumultuadas. E isso acontece praticamente desde sempre em sua carreira. Não foi diferente com este Cotton Club, de 1984. O roteiro, escrito por ele junto com William Kennedy, a partir de uma história criada por Coppola e Mario Puzo, que por sua vez teve como inspiração um livro de fotos feito por Jim Haskins sobre o verdadeiro clube que dá título ao filme. Tudo acontece em Nova York, mais especificamente, no Harlem, no ano de 1928. Dixie Dwyer (Richard Gere) é um músico e salva a vida do gangster Dutch Schultz (James Remar). Em agradecimento, Dutch o leva até o “clube do algodão”, uma casa noturna onde artistas negros se apresentam para um público exclusivo de brancos. As coisas se complicam quando Dixie conhece Vera Cicero (Diane Lane), amante de Dutch por quem ele se apaixona. Paralelo a isso temos a história de Sandman Williams (Gregory Hines), um sapateador que sonha trabalhar no clube e cai de amores por Ula Rose (Lonette McKee). No meio disso tudo, as brigas entre gangsters irlandeses, judeus e italianos que têm o Cotton como palco. Os problemas ocorridos durante as filmagens deram má fama ao filme e isso gerou uma publicidade bastante negativa, o que resultou em uma bilheteria que rendeu apenas a metade do custo de produção. Muitos esperavam uma espécie de O Poderoso Chefão ao ritmo de jazz. Especialmente por conta do envolvimento de Mario Puzo e da produção de Robert Evans. Essa expectativa também pesou contra a obra. Por fim, passados mais de 40 anos de sua realização, é possível apreciar Cotton Club pelo que ele efetivamente é, ou seja, um filme bem feito, bem escrito, um ótimo elenco, uma excepcional trilha sonora e muito divertido.
COTTON CLUB (The Cotton Club – EUA 1984). Direção: Francis Ford Coppola. Elenco: Richard Gere, Gregory Hines, Diane Lane, Lonette McKee, Bob Hoskins, James Remar, Nicolas Cage e Laurence Fishburne. Duração: 129 minutos. Distribuição: Art Filmes.