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CORAÇÃO SELVAGEM

Quatro anos depois de ter feito o cultuado Veludo Azul e um pouco antes de criar e produzir Twin Peaks,  uma das séries mais originais da história da televisão americana, David Lynch escreveu, a partir do romance de Barry Gifford, e dirigiu Coração Selvagem.  Antes de mais nada, trata-se de um típico road movie, porém, com a assinatura inconfundível de Lynch, ou seja, vem carregado de humor nigérrimo combinado com muita violência, erotismo e personagens perturbadas. Nas mãos de um outro diretor menos talentoso essa combinação resultaria provavelmente em uma “bomba” apelativa. Nas mãos de Lynch se transforma em uma história de amor. Sailor Ripley (Nicolas Cage) e Lula Fortune (Laura Dern) são loucamente apaixonados um pelo outro. Ele acabou de sair da prisão. Ela só pensa em ficar com ele, apesar da proibição de sua mãe, Marietta Fortune (Diane Ladd, mãe de Laura Dern na vida real). O elenco grita a maior parte do tempo e o grito se mistura com a música alta da trilha sonora. Tudo isso potencializado pela fotografia propositalmente saturada de Frederick Elmes. A direção ágil de Lynch e a montagem mais ágil ainda de Duwayne Dunham, fazem de Coração Selvagem um filme que transpira adrenalina. E nessa correria toda, o diretor ainda encontrou tempo para homenagear o cantor Elvis Presley e o filme O Mágico de Oz. E antes que eu me esqueça, o filme conta ainda com a interpretação impagável de Willem Dafoe, no papel do estranhíssimo e cheio de dentes podres, Bobby Peru.
CORAÇÃO SELVAGEM (Wild at Heart – EUA 1990). Direção: David Lynch. Elenco: Nicolas Cage, Laura Dern, Willem Dafoe, J.E. Freeman, Crispin Glover, Diane Ladd, Calvin Lockhart, Isabella Rossellini e Harry Dean Stanton. Duração: 126 minutos. Distribuição: Universal.

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