Todd Haynes é um cineasta fascinado pela forma e também pelo conteúdo. Mas, principalmente, seu fascínio maior é pelo melodrama e pelo cinema feito em Hollywood nos anos 1950. Em especial, o de Douglas Sirk. Basta conferir o excepcional Longe do Paraíso, feito em 2002, sua grande homenagem a este período. Carol, de 2015, segue a mesma receita. Com roteiro de Phyllis Nagy, que adapta o romance O Preço do Sal, de Patricia Highsmith, o filme conta a história de Therese Belivet (Rooney Mara) e Carol Aird (Cate Blanchett). Tudo se passa no início dos anos 1950. Therese trabalha em uma loja e sonha com uma vida melhor. Certo dia, Carol, que vive um casamento infeliz, entra na loja e a vida de ambas muda por inteiro. A atração entre as duas é intensa, porém, as convenções impostas pela sociedade da época são mais intensas ainda. Haynes conduz sua narrativa com habilidade e sutileza, alternando os pontos de vista entre Carol e Therese. A fotografia de Edward Lachman, é das mais belas e enriquece sobremaneira a forma como a história é contada. Bem como os caprichados cenários e figurinos. Carol pode até cometer o pecado de, em alguns momentos, destacar mais a forma que o conteúdo, mas o faz com tanto brilhantismo que é difícil resistir. Preste atenção na maneira como o vermelho, cor símbolo da paixão, muda de intensidade, ao longo do filme, nas roupas usadas por Carol e Therese.
CAROL (Carol – EUA 2015). Direção: Todd Haynes. Elenco: Cate Blanchett, Rooney Mara, Kyle Chandler, Jake Lacy, Sarah Paulson, John Magaro, Cory Michael Smith, Kevin Crowley, Nik Pajic, Carrie Brownstein, Trent Rowland e Sadie Heim. Duração: 118 minutos. Distribuição: Paramount.
Uma resposta
Faço das palavras do Marden, as minhas.