18 anos depois de ter dirigido Entrevista Com o Vampiro, o cineasta irlandês Neil Jordan retorna ao mundo das criaturas da noite em Byzantium. O roteiro, de Moira Buffini, se baseia em sua própria peça teatral. Acompanhamos aqui a história de Clara (Gemma Arterton) e sua filha Eleanor (Saoirse Ronan). Até aí, nada demais, a não ser por um pequeno detalhe: ambas são vampiras e vivem há dois séculos em segredo. As coisas se complicam quando descobrem quem elas são de verdade. Em Byzantium, Buffini e Jordan fogem do modelo clássico de vampiro que conhecemos. Eles possuem características bem pessoais que os diferem dos demais. Únicos pontos em comum: gosto por sangue humano e vida eterna. O filme funciona em dois planos. À medida em que mostra a rotina de Clara e Eleanor no presente, vemos também suas origens. Em um terreno tão massacrado nos últimos anos por histórias pouco inspiradas, é salutar ver, com perdão do trocadilho, um diretor injetar “sangue novo” no gênero. Jordan é um cineasta inspirado e que sabe tirar o máximo proveito de suas histórias. Em Byzantium não é diferente. Os puristas podem até estranhar e torcer o nariz. No entanto, há elementos novos e interessantes que lançam um pouco de “luz” nesse tipo de trama.
BYZANTIUM (Byzantium – Inglaterra/Irlanda 2012). Direção: Neil Jordan. Elenco: Saoirse Ronan, Gemma Arterton, Tom Hollander, Sam Riley e Jonny Lee Miller. Duração: 118 minutos. Distribuição: Europa Filmes.