Norma Jeane Mortenson, ou melhor, Marilyn Monroe, foi e sempre será a maior estrela e o maior símbolo sexual do cinema de todos os tempos. Sua filmografia se concentrou basicamente na década de 1950 e seu talento, beleza e carisma são eternos. Muitos filmes já foram feitos abordando passagens de sua vida e até sua vida inteira. Blonde, de 2022, dirigido por Andrew Dominik, não pode ser chamado de cinebiografia, uma vez que foi adaptado pelo próprio diretor do romance homônimo de Joyce Carol Oates, que por sua vez especula em cima de fatos ocorridos com a atriz. Vivida aqui por Ana de Armas, acompanhamos a trajetória dessa mulher desde sua infância até a prematura morte aos 36 anos. Uma vida inteira marcada por abusos e, a partir de um certo ponto, também por constantes flashes e holofotes. Dominik é um cineasta criativo e demonstra isso em Blonde com imagens impactantes e inusitadas. Tem ainda a estupenda Ana de Armas em uma sublime entrega ao papel-título. Mas Marilyn merecia ter o seu lado de artista segura e inteligente, sobretudo quando percebeu que tinha poder para isso, dentro da trama. Infelizmente, fiquei com a sensação de que ela foi novamente abusada. Faltou respiro ao filme.
BLONDE (EUA 2022). Direção: Andrew Dominik. Elenco: Ana de Armas, Julianne Nicholson, Bobby Cannavale, Adrien Brody, Evan Williams, Xavier Samuel, Ryan Vincent, Sara Paxton, David Warshofsky e Lily Fisher. Duração: 166 minutos. Distribuição: Netflix.