Obras derivadas são sempre imprevisíveis. Algumas se revelam muito boas e até rivalizam com as originais. É o caso de Better Call Saul e sua matriz Breaking Bad. Ou de Creed em relação a Rocky. Ou ainda de Gato de Botas e Shrek. Há também, óbvio, aquelas que não funcionam tão bem. Basta ver alguns derivados de Star Wars, bem como Animais Fantásticos em relação a Harry Potter. Agora temos mais um para a lista de equívocos: Bailarina, pertencente ao universo de John Wick. Dirigido pelo irregular Len Wiseman, a partir de um roteiro escrito por Shay Hatten, que situa esta aventura de Eve Maccaro (Ana de Armas) entre os filmes 3 e 4 de Wick. Finalizado desde meados de 2023, Bailarina passou por refilmagens e remontagens que tentaram “salvar” a obra de um desastre maior. Tudo começa com Eve ainda menina sendo acolhida por Winston (Ian McShane) após uma situação traumática e iniciando seu treinamento na Ruska Roma, sob o comando da diretora interpretada por Anjelica Huston, chefe da academia de balé que serve de fachada para a organização. Mas falta aqui foco e agilidade. O roteiro é raso demais, as cenas de luta não possuem brilho algum e chegam a cansar de tão previsíveis que são. E a culpa não é de Ana de Armas. A atriz tem a fisicalidade que a personagem exige e já havia provado talento para esse tipo de história em sua breve, porém marcante, participação em 007: Sem Tempo Para Morrer, de 2021. Infelizmente, os derivados de John Wick não se revelaram à altura da franquia original. Vide a minissérie The Continental e este Bailarina. Que venha logo então John Wick 5 para colocar tudo no seu devido lugar.
BAILARINA (Ballerina – EUA 2025). Direção: Len Wiseman. Elenco: Ana de Armas, Ian McShane, Lance Reddick, Gabriel Byrne, Anjelica Huston, Norman Reedus, Catalina Sandino Moreno, Sharon Duncan-Brewster e Keanu Reeves. Duração: 125 minutos. Distribuição: Paris Filmes.