Se você é daqueles que acha que filme francês tem muita conversa e pouca ação, sinto dizer que você está completamente equivocado. O ator, roteirista e diretor francês Guillaume Canet, em seu terceiro longa, Até a Eternidade, decidiu testar os limites dessa falsa afirmação. A história é sobre um grupo de amigos que passa as férias junto todos os anos. Um desses amigos, Ludo (Jean Dujardin), sofre um grave acidente e isso coloca em xeque o encontro anual. Apesar do trauma inesperado, o grupo decide se reunir na casa de Max (François Cluzet), inclusive a carente e provocadora Marie (Marion Cotillard). Filmes sobre amizade são comuns no cinema francês. Até a Eternidade não foge à tradição e prova que é possível contar uma história cheia de gente que não para de falar e, mesmo assim, ser agradável e envolvente, como se aqueles homens e mulheres fossem nossos amigos também. Canet não deixa de fora a clássica “lavação de roupa suja” e muito menos as neuras de cada um deles. Mas, tudo é feito com tanto humor, energia e naturalidade, sem contar o carisma de um elenco tão harmonioso, que, quando percebemos, não há mais volta.