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ASSÉDIO

O italiano Bernardo Bertolucci é conhecido pela maneira delicada, poética e bela com que lida com questões sexuais. Sua filmografia se divide entre sexo e política. Em Assédio, que ele dirigiu em 1998, temos a presença destes dois temas. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, junto com Clare Peploe, se baseia em uma história de James Lasdun. Tudo gira em torno de Shandurai (Thandie Newton), uma estudante de Medicina que foge da África após a prisão de seu marido. Agora na Itália, ela trabalha como faxineira na mansão de Jason Kinsky (David Thewlis), um pianista inglês que vive recluso. O título já adianta o tipo de relação que se estabelece entre os dois. Mas Bertolucci não é um cineasta inexperiente. Muito pelo contrário. Após o grande sucesso de Beleza Roubada, seu filme anterior, ele meio que retorna ao tema da exploração da sensualidade e nos brinda com mais este belíssimo trabalho. O cuidado do diretor é dos mais extremados. Seja na maneira como a narrativa se desenvolve ou nos aspectos técnicos. Da fotografia de Fabio Cianchetti, passando pela música de Alessio Vlad, até a montagem de Jacopo Quadri, só existe uma palavra para resumir esta fabulosa obra: harmonia. Bertolucci é sempre um grande artista. Mesmo quando não almeja a grandeza. Como é o caso aqui. É comum dizer que Deus está nos detalhes. Se isso for verdade, Assédio é simplesmente divino.

ASSÉDIO (L’Assedio – Itália/França 1998). Direção: Bernardo Bertolucci. Elenco: Thandie Newton, David Thewlis e Cláudio Santamaría. Duração: 94 minutos. Distribuição: Europa Filmes.

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